sexta-feira, 29 de maio de 2009

A crise capitalista atual: quais os reflexos no Pará?

O capitalismo é um sistema de produção que sobrevive a partir da obtenção do lucro. Para tanto, inúmeras são as formas que seus agentes utilizam para alcançá-lo: exploração do trabalhador (mais-valia), vantagem nas relações de venda e compra, obtenção de vantagens locacionais, aumento do uso de tecnologias na produção, redução de custos com mão de obra em função da substituição de trabalhadores por máquinas (desemprego estrutural), entre outras. Nesse sistema absolutamente tudo é um meio passível e possível de ser comercializado e, consequentemente, ser transformado em lucro.
Ultimamente, algumas situações no capitalismo tem chamado a atenção em razão de seu caráter inusitado. A principal delas é o fato desse sistema estar obtendo lucro com a venda de notícias que retratam sua própria desgraça, ou seja, retratam a crise capitalista mundial. A crise atual iniciada a partir de problemas imobiliários "bolha imobiliária" nos Estados Unidos da América tem ganho cada vez mais espaço na mesa, no carro, nas conversas, enfim no dia a dia do brasileiro e, logicamente, do paraense. Mas afinal, de que maneira essa crise afeta a economia de nosso estado?
O Pará, assim como a toda a região amazônica, está incluso dentro de uma divisão territorial nacional e internacional do trabalho como um estado fornecedor de matérias-primas. Esta condição econômica do mesmo o coloca em uma situação fragilizada dentro de um contexto de crise mundial, senão vejamos.
1. períodos de crise são caracterizados por retrações no consumo em função da limitação do crédito;
2. retrações de consumo implicam em diminuição da produção e contenção de gastos por parte das empresas;
3. a diminuição da produção reflete em redução das aquisições de matérias-primas;
4. redução da aquisição de matérias-primas significa queda nas vendas comerciais do Pará, tanto interna quanto internacionalmente;
5. Por fim, isso se traduz em desemprego, diminuição de arrecadação, dificuldades do estado em arcar comseus custos;
6. etc.

Como pudemos observar a crise econômica mundial afeta diretamente o estado do Pará e isso por causa de um processo de globalização que tem como característica principal a integração, ainda que seletiva, do mundo, materializada em uma concentração de riquezas e socialização da miséria.
Por fim, vale ressaltar que para ser menos atingido (digo mesnos atingido porque não ser atingido é impossível) e, consequentemente sofrer menos com a crise atual, é essencial que o estado do Pará promova uma diversificação de sua base produtiva, passando a beneficiar aqui as suas riquezas e não tendo mais o exclusivo papel de "entregador do ouro", isto é, entregador de suas  riquezas minerais e florestais. Mas, como fazer isso?
 A resposta vem na próxima postagem...

Até lá, abraço a todos

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